Morte de José Alencar, a despedida do guerreiro

O vice-presidente José Alencar despede-se dos brasileiros com um grande exemplo de coragem, inesgotável ânimo de lutar pela vida e as causas nas quais se acredita. Sem dúvida, entra para a história como um referencial de empreendedorismo na iniciativa privada, competência e visão moderna na gestão do setor público, ética e estoicismo.

Homem cuja sabedoria lhe poupou arroubos de vaidade, José Alencar desempenhou função muito importante no tocante ao avanço da economia brasileira: estabeleceu um canal mais fluido de comunicação entre a iniciativa privada e o Estado, contribuindo de modo significativo para a remoção de alguns obstáculos burocráticos e para que algumas medidas importantes para o crescimento do PIB fossem adotadas.

Sem jamais descumprir os compromissos de lealdade com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos dois mandados aos quais foram eleitos por milhões de brasileiros para governar a Nação, José Alencar nunca permitiu que se descaracterizasse sua crença no empreendedorismo, na importância do empresariado, na livre iniciativa, na economia de mercado e na necessidade de se adotarem medidas voltadas ao estímulo do nível de atividade. Sempre que necessário e pertinente, defendeu a redução dos juros e a revisão do "Custo Brasil". Sua presença no governo, sem dúvida, ajudou muito no sentido de se romperem anacrônicos paradigmas da interação entre governo e setor privado.

No primeiro mandato de Lula, José Alencar e Luiz Fernando Furlan, então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram autênticos embaixadores dos setores produtivos perante o governo, cultivando uma abordagem arejada, moderna e de maior produtividade da máquina estatal. Exemplo prático e concreto dessa visão empresarial no governo foi o grande salto das exportações, por meio de um arrojado e bem-sucedido programa de comércio exterior. Participei e acompanhei isso de perto, como presidente da Apex Brasil.

Que a semente plantada por José Alencar continue gerando e multiplicando frutos no setor público, para que o Brasil possa contar com mais ações governamentais realizadas com a participação de empresários. Nesse sentido, temos muitos desafios pela frente, em especial na retomada das exportações, no resgate dos gargalos da infraestrutura, nos programas de fomento no âmbito do MDIC e nas obras relativas à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016. Neste momento de sua triste despedida, nosso grande vice-presidente nos deixa um legado de trabalho, probidade, coragem e de certezas quanto à eficácia e pertinência de ações coesas e sinergéticas do Estado e da sociedade na conquista do desenvolvimento.



Fonte:
http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=4&id_noticia=368160

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