Buscas por vítimas de desabamentos continuam na Região Serrana do Rio

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil continuam, na madrugada desta quinta-feira (13), as buscas por vítimas das chuvas nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis, a cidade mais atingida. Já em Petrópolis, os bombeiros suspenderam o trabalho de resgate devido à falta de iluminação adequada. O número de mortos em toda a região chega a 271desde terça-feira (11).

De acordo com a Defesa Civil, em Teresópolis, morreram 130 pessoas no que o governo do estado chegou a descrever como a maior tragédia da história da cidade. Em Nova Friburgo, morreram 107 pessoas, de acordo com o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Em Petrópolis, os mortos são 34, a maioria deles no Vale do Cuiabá, no Distrito de Itaipava.




O coronel Souza Vianna, comandante do 15º GBM (Petrópolis), afirmou que o trabalho de resgate foi suspenso no trecho da estrada que liga Itaipava a Teresópolis, no sentido contrário ao fluxo do Rio Santo Antônio, conhecido como Vale do Cuiabá, devido à falta de luz e à quantidade de lama. Segundo o comandante, as buscas devem ser retomadas por volta das 7h desta quinta-feira (13).
Já em Teresópolis, segundo o secretário de Meio Ambiente e Defesa Civil do município, Flávio Castro, as buscas continuam em nove dos 17 pontos atingidos pela chuva. Ele afirmou que o trabalho se intensifica nos bairros do Espanhol e Barra do Imbuí. Nas outras áreas, os trabalhos foram suspensos por falta de iluminação, e devem ser retomados às 6h desta quinta. O secretário estima que há cerca de 25 desaparecidos.
Falta de luz, telefone e transporteA infra-estrutura da região foi atingida com severidade. Houve falta de luz, telefone e transporte nas três cidades. Bairros inteiros ficaram isolados e só na noite desta quarta-feira (12) equipes de resgate começaram a dar conta da catástrofe em algumas das áreas mais atingidas. Em um desses esforços, foi resgatado com vida, sem arranhões, um bebê de seis meses de idade em Friburgo.

Oitocentos homens da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros tentam localizar desaparecidos em Teresópolis. O secretário do Ambiente do estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou a chuva como a "maior catástrofe da história de Teresópolis". “Não foi possível escolher o que ia cair. Casa de rico, casa de pobre. Tudo foi destruído”, disse a empregada doméstica de 27 anos, Fernanda Carvalho.
A prefeitura designou dois abrigos para receber desabrigados: o Ginásio Pedrão, no Centro de Teresópolis, com capacidade para 800 pessoas, e um galpão no Bairro Meudon, onde podem ser alojadas 400 pessoas. Os desalojados na cidade são 1280 e os desabrigados, 960.

Na vizinha Petrópolis, o cenário é semelhante. No distrito de Itaipava, a água atingiu dois metros e meio de altura em alguns pontos da região. Uma escola no distrito abriga 30 famílias desalojadas.
A Defesa Civil da prefeitura de Petrópolis explica que “toda vez que chove muito nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, a água que desce da serra provoca o transbordamento do rio Santo Antônio, causando os alagamentos”.
Em resposta a um pedido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a Marinha colocou à disposição dois helicópteros (um Esquilo e um Super Puma) para o transporte de pessoal e equipamentos dos bombeiros. Esses helicópteros se juntam a outros cinco do governo do estado na missão de carregar equipes e equipamentos serra acima.
O vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, está na Região Serrana acompanhando o trabalho de resgate a vítimas. Cabral visita a região na quinta.
Na noite de quinta, a presidente Dilma Rousseff assinou uma medida provisória que destina R$ 780 milhões para os municípios do Rio de Janeiro e São Paulo atingidos pelas chuvas. Na quinta-feira (13), ela vai sobrevoar de helicóptero a região fluminense.
G1

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