Encontro da ONU sobre biodiversidade termina com países divididos

Uma cobra no Instituto de Biodiversidade de Santo Domingos / Foto: Reuters
NAGÓIA, Japão - Ministros de Meio Ambiente de todo o mundo encerraram nesta sexta-feira uma conferência da ONU sobre a proteção da biodiversidade, mas continuaram divididos a respeito das medidas a serem tomadas.
Delegados de quase 200 países passaram duas semanas reunidos em Nagoia, no Japão, para mapear metas de proteção das espécies animais e vegetais em oceanos, florestas e rios, ameaçadas pelo maior ritmo de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos.
Esses ecossistemas são cruciais para a subsistência humana, e geram trilhões de dólares em alimentos, água, indústria e turismo.
O objetivo da conferência de Nagoia era definir metas para a proteção da biodiversidade até 2020, embora os países já tenham descumprido a meta de 2010, que era uma "redução significativa" da perda da biodiversidade.
Um plano estratégico com 20 itens prevê a proteção de estoques pesqueiros, a defesa de habitats naturais e a conservação de maiores áreas terrestres e marítimas. Mas houve divergências a respeito de metas numéricas e de detalhes do texto.
- Finalmente o mundo acordou para a biodiversidade - disse Jane Smart, diretora da União Internacional para a Conservação da Natureza. - Esta dificuldade é um sinal de que o mundo está agora levando a biodiversidade a sério.
As nações em desenvolvimento também se recusaram a se comprometer com as metas para 2020 se elas não vierem acompanhadas de um novo protocolo da ONU que lhes assegure uma participação mais justa nos lucros obtidos por companhias, especialmente as empresas farmacêuticas, a partir dos recursos genéticos desses países.
Isso poderia gerar bilhões de dólares para as nações em desenvolvimento, onde se encontra a maior parte das riquezas naturais do planeta. Mas há divergências a respeito da abrangência do acordo e sobre como verificar a origem dos recursos genéticos.
- Este não é um protocolo chato. Ele irá regulamentar bilhões de dólares para o setor farmacêutico - disse Tove Ryding, consultor político de biodiversidade e mudança climática do Greenpeace. - Se você não ratifica, se você não está preparado para partilhar benefícios, então não há acesso. Isso significa que o setor farmacêutico não vai entrar na floresta e encontrar novos produtos.
Algumas empresas temem a elevação dos seus custos e a burocratização no processo de registro de patentes por causa desse protocolo, o que prejudicaria as inovações no setor.

Fonte:
oglobo.globo.com/

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