A projeção deficitária de US$ 60 bilhões para 2011 aponta "um crescimento gradual, mas não explosivo" da conta corrente externa, avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes. A nova expectativa representa aumento sobre o resultado deficitário de US$ 49 bilhões que o BC espera para 2010.
Ele repetiu que o país já teve resultados piores, no passado. E reiterou que há fontes garantidas de financiamento, como empréstimos de longo prazo, cuja taxa de rolagem é esperada em 150% no ano que vem.
A média de refinanciamento de empréstimos externos ao setor privado, de médio e longo prazos, tem ficado melhor do que a autoridade monetária previa. De janeiro a agosto deste ano registrou 226%, estando em 163% neste mês de setembro até hoje.
Por isso, o BC ampliou sua expectativa para 175%, ante a projeção de uma taxa de rolagem de 125% para 2010. Na mesma linha, elevou em US$ 10 bilhões os desembolsos de médio e longo prazos esperados do exterior, para US$ 46,4 bilhões em 2010. Em 2011 deve ingressar volume igual, de US$ 46 bilhões, diz o BC.
Outra forma de financiar a conta corrente é com investimentos externos diretos (IED). Lopes diz que muitos projetados relatados foram adiados para 2011. Por isso, ao invés de US$ 38 bilhões, o BC agora espera US$ 30 bilhões neste ano. Mas projetou volume expressivo de US$ 46 bilhões em IED para 2011.
A terceira fonte importante de cobertura da conta corrente são as aplicações de estrangeiros em títulos de renda fixa e ações de companhias brasileiras. O BC elevou de US$ 35 bilhões para US$ 38 bilhões, o volume esperado de investimentos em renda fixa e ações em 2010, distribuídos em US$ 22 bilhões e US$ 16 bilhões, respectivamente.
Lopes disse que os valores já embutem a capitalização da Petrobras. No ano até agosto, tais aplicações externas efetivas somam US$ 34,9 bilhões.
Em setembro até hoje, o BC informa que os investimentos em ações atingiram US$ 4,476 bilhões, sendo que US$ 2,498 bilhões no país. Em renda fixa, a parcial aponta ingresso líquido de US$ 740 milhões.
Para 2011, a projeção da autoridade monetária é de US$ 36 bilhões em investimentos em carteira, sendo US$ 21 bilhões em ações e US$ 15 bilhões em renda fixa.
O Globo
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