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Saneamento poderia aumentar renda em até 12%

“A gente não tem”. Denílson Santos, conhecido como “Manel”, dá um sorriso um tanto desconfiado - ou envergonhado -quando precisa explicar onde fica a fossa sanitária da casa dele. Simplesmente porque não existe fossa sanitária onde ele mora, numa pequena localidade chamada Livramento, numa confluência de rio entre Marituba, Ananindeua e Belém. O local onde as necessidades fisiológicas dele e da família são feitas é um cenário desolador. Um buraco raso, ladeado por três troncos de açaí e protegido apenas por um plástico azul. “Não dá para cavar buraco de fossa aqui porque é sempre cheio de água”, diz ele.

Água é palavra mágica. Mesmo com um belo rio à frente, foi preciso cavar um poço a quase 500 metros da casa. Banhos são tomados no rio ou em um banheiro meio improvisado, à base de latas. “É o jeito que a gente tem”, diz Santos.

A falta de saneamento básico na vida do paraense não é só uma questão sanitária. Ela afeta na própria economia. A renda do paraense aumentaria 12% com o acesso ao saneamento. É o que indica um estudo do Instituto Trata Brasil, que revela ainda que o saneamento contribui também para a valorização de imóveis e aumento de produtividade.

O Instituto Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), uma iniciativa de responsabilidade socioambiental que visa à mobilização dos diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento no País.

A pesquisa “Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico”, encomendada pelo Instituto e realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a renda média e a produtividade do trabalhador no Pará cresceriam 12% com a universalização da rede de esgoto.

Segundo a pesquisa, apenas 6,4% dos moradores de Belém são atendidos pela rede de esgoto. A capital paraense ocupa a 73ª posição no ranking que lista a situação de 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. “A evolução do setor é inquestionável, mas o déficit continua”, avalia o presidente do instituto, André Castro.

O que faz com que essa equação ganhe sentido é o fato de que em 2009, pelo menos 217 mil trabalhadores brasileiros precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados à falta da coleta e tratamento adequado do esgoto. Somente no Pará, foram 60.054 internações, em 2009; sendo que 425 delas poderiam ser evitadas.

O estudo também apurou que no ano passado, de acordo com o DATASUS, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 morreram no hospital. No Pará foram 84 mortes. Pelo menos 55 vidas poderiam ter sido salvas com a implantação do saneamento básico.

Cotidiano alheio ao conforto e cercado pelas doenças

Maria Gorete Cardoso, 47 anos, apanha água para beber numa cacimba comunitária no Curuçambá. Enche latas grandes de manteiga, põe na canoa e vai remando para casa na ilha do Jacineuma. É uma casa pobre, com sete moradores e que precisa de sacas de plástico para cobrir paredes laterais. “A água é boa”, ela garante. Mas preferia não ter que ir tão longe para conseguir o líquido.

Mais complicada ainda é a ausência de sanitários. “Quer saber onde a gente faz? É só seguir aí direto e escolher o lugar”, diz, apontando para o fundo do quintal que vai se embrenhando em mata. “É assim que a gente se vira”, ri.

O pescador Esmeraldo de Souza Navegantes, 82 anos, bebe água de um poço que fica a alguns metros do quintal de casa, raso e completamente destampado. A menos de 50 metros fica o banheiro. A fossa foi cavada por ele mesmo. “É só o buraco para o depósito do conteúdo”, explica brincando. Morador da Ilha do Livramento, garante nunca ter adoecido por problemas com água. Mas o neto, de 4 anos, vive com alergia e gripes.

Próximo ao sanitário fica também o jirau e o fogão à lenha, onde a mulher de Esmeraldo, Rosa Navegantes, lava a louça e cozinha os alimentos. Moscas são comuns. Dividem espaço com a família à mesa.

Saneamento valoriza imóveis em até 12%

Na mesma pesquisa desenvolvida pela FGV, o estudo mostrou que, ao ter acesso à rede de esgoto, um paraense aumenta sua produtividade em 12%, permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários no Pará, que hoje gira em torno de R$ 28,3 bilhões, tenha um ganho de R$ 3,41 bilhões por ano.

A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média nacional de até 18% no valor dos imóveis. Essa valorização terá efeitos diferenciados em cada estado da federação, mas os estados com maior deficiência são os que teriam o maior volume de ganhos. A pesquisa estima que a valorização dos imóveis, no Pará, por exemplo, chegaria aos 12,1%.

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