A nova usina, batizada S11D, deve receber autorização para exploração nos próximos dias do Instituto Brasileiro de Meio Ambientes e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já estando a mineradora providenciando sua estrutura de apoio nas cidades que ficam às margens da ferrovia.
Para exploração da nova mina, a Vale vai gastar US$ 11,3 bilhões (R$ 19,9 bilhões), o dobro de seu lucro em 2009. O alto investimento tem explicação: relatório divulgado em julho mostra que, nos próximos cinco anos, o consumo mundial de minério de ferro deve atingir 1,7 bilhão de toneladas ao ano, ou seja, aumento de 70% em relação a este ano. Produzido pela Global Industry Analysts (GIA), o estudo mostra que o aumento no consumo de minério de ferro é puxado pelo crescimento da economia de países emergentes, em especial a China, com seus investimentos nos setores automotivos e construção civil.
Produção – No primeiro semestre deste ano, os chineses compraram 1,8 milhão de automóveis novos, ou quase 60% das vendas no Brasil ano passado, quando o mercado bateu recorde por causa da redução de impostos. Já no setor imobiliário, o governo chinês estabeleceu como meta para 2010 a construção de 3 milhões de apartamentos populares. É um número 50% maior do que o previsto na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.
A Vale ainda não revela detalhes da nova mina. Sabe-se que ela está localizada em Canaã dos Carajás, cidade de 23 mil habitantes no sudeste do Pará, e que terá quase a mesma capacidade de produção de Carajás, mina descoberta em 1967 e inaugurada em 1985, concebida para produzir 35 milhões de toneladas ao ano.
Cerca de 1/3 das 240 milhões de toneladas de minério de ferro produzidas pela Vale no ano passado saíram da Serra dos Carajás. Isso faz com que o produto seja o mais importante do portfólio da empresa. Em 2009, as vendas de R$ 25,2 bilhões de minério de ferro responderam por pouco mais da metade da receita operacional da Vale.
O fato de ser a maior produtora de minério de ferro do Mundo ajudou a empresa a ficar no segundo lugar entre as companhias que mais lucraram no ano passado. Com lucro de US$ 5,5 bilhões, a Vale ficou atrás apenas da Petrobras.
A S11D está em fase de licenciamento e de cotação de equipamentos e serviços. Do total de US$ 11,3 bilhões que serão investidos no projeto S11D, mais da metade será usada para aumentar a infraestrutura e a logística.
Ferrovia – A ferrovia de Carajás, usada para transportar o minério até os portos, vai ganhar mais 100 quilômetros de extensão, até Canaã dos Carajás, onde será instalada a nova mina. Já a estrada de ferro atual, que liga Parauapebas a São Luís, no Maranhão, terá 605 dos 892 quilômetros de trilhos duplicados.
Ao mesmo tempo, o Terminal Marítimo de Ponta de Madeira, onde acontece o transbordo do minério de ferro nos navios que levam o produto para o exterior, vai ganhar mais um píer. Até 2015, a capacidade de embarque vai aumentar para 230 milhões de toneladas ao ano, quase o dobro da capacidade atual.
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