A descoberta surgiu quando o electricista Pierre Le Guennec contactou Claude Picasso, filho do pintor e encarregado de administrar os bens dos herdeiros. De acordo com o mesmo jornal, foram primeiro enviadas fotos dos quadros para que fossem autenticados, mas perante a rejeição do herdeiro em dar um aval sem ver os originais, o electricista apresentou-se em casa de Claude Picasso acompanhado da mulher, levando 175 obras inéditas, incluindo dois cadernos com 97 desenhos.
Após comprovar que não se tratava de falsificações, o herdeiro questionou-se como tinham chegado às mãos de Le Guennec e depois apresentou uma denúncia na polícia para evitar que se perdesse a colecção.
Os agentes desencadearam rapidamente uma investigação e confiscaram a colecção que se encontra agora guardada na região de Paris. Le Guennec afirmou à polícia que tinha trabalhado como electricista de Picasso nas várias residências que o pintor teve na Costa Azul, e disse que tinha sido a mulher do artista, Jacqueline, que lhas tinha oferecido.
Os herdeiros não acreditam nesta versão do electricista, por causa do zelo com que Picasso guardava todas as criações. «É certo que Pablo Picasso era bastante generoso, mas assinava e fazia dedicatórias sempre que dava alguma obra porque sabia que algumas pessoas as venderiam para acudir a situações de necessidade», assegurou Claude.
Os advogados da família asseguram que nunca ninguém recebeu das mãos de Picasso uma doação tão importante e, por outro lado, o jornal «Libération» questiona se o electricista terá esperado tantos anos para apresentar estas obras esperando que prescrevesse um eventual delito de roubo.
Entre as obras descobertas figuram algumas menos comuns: nove colagens cubistas do princípio da segunda década do século passado, muitas delas dadas como perdidas, uma aguarela do período azul e centenas de desenhos.
Comentários
Postar um comentário