LULA e o cargo da ONU
Presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu que Lula ocupasse a Secretaria-Geral das Nações Unidas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta sexta-feira a possibilidade de concorrer a um cargo na Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo Lula, o cargo de secretário-geral da ONU deve ser exercido por um técnico, e não por um ex-presidente. De manhã, o presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu que Lula ocupasse a Secretaria-Geral das Nações Unidas.
— Vejo a indicação como um gesto de cortesia do meu companheiro Evo Morales, mas essas coisas a gente não reivindica, não pede e não articula. Acho que a ONU precisa ser dirigida por algum técnico competente, não pode ter um político forte, porque ele não pode ser maior do que os presidentes dos países — disse Lula, na entrevista coletiva de encerramento da Cúpula do Mercosul.
Na opinião de Lula, um ex-presidente dos Estados Unidos, por exemplo, não deve ocupar o posto.
— Fico meio preocupado porque, se virar moda, presidentes de países presidirem a ONU, daqui a pouco, os Estados Unidosi estarão disputando, além do Conselho de Segurança, o controle também das Nações Unidas, e aí tudo ficará mais difícil.
Sobre seu futuro político, Lula disse que "Deus já foi muito generoso" com ele e que não pretende pendurar as chuteiras, mas continuar "fazendo política". Ele descartou também a possibilidade de ocupar a função de alto representante do Mercosul, cargo cuja criação foi aprovada ontem (16) por ministros dos quatro países do bloco que se reuniram em Foz do Iguaçu.
— Posso contribuir sem ter cargo. Não preciso mais de cargo, preciso somente de motivação — afirmou o presidente.
Perguntado sobre a grande diversidade existente entre os países do Mercosul e sobre a possibilidade de a Argentina vir a sobretaxar produtos brasileiros do setor têxtil, Lula respondeu que as diferenças fazem parte do bloco.
— O Mercosul não é um convento, não é um encontro de freiras. Isso aqui é um encontro de chefes de Estado e de países soberanos, que sempre vão ter divergências. Sempre haverá um país com interesse diferente do outro, tentando não prejudicar o outro, mas defender a sua soberania.
Segundo Lula, isso ocorre também em outros blocos, como a União Europeia. E essa divergência não é um problema para o Mercosul.
— Acho que é a razão da existência do Mercosul — afirmou o presidente.
— Foi graças à ousadia do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai que esses países puderam chegar a um nível extraordinário de bom relacionamento político e comercial.
Para o presidente brasileiro, as relações entre os países do Mercosul são melhores do as relações entre os Estados Unidos e a China, a França e a Alemanha e a Inglaterra e a Irlanda.
— Pode ficar certo de que, aqui no Mercosul, somos muito mais unidos e compreensivos e temos muito mais necessidades. Portanto, a divergência faz parte do processo democrático do Mercosul.
Ao lado do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, Lula participou de rápida entrevista coletiva, respondendo a apenas duas perguntas feita por jornalistas brasileiros. Isso ocorreu, segundo Lula, porque ele precisava viajar de volta a Brasília para participar, ainda hoje, da diplomação da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Foi a última entrevista dada por Lula como presidente do Mercosul, cargo que passa a ser ocupado agora por Lugo.
— Deixo a presidência pro tempore do Mercosul satisfeito e deixo a presidência do Brasil realizado — afirmou Lula.
O presidente paraguaio lembrou as dificuldades existentes no bloco. Lugo disse esperar que a Venezuela, o Peru, a Bolívia e a Colômbia também se integrem ao Mercosul.
— Não existem processos de integração puros, sem dificuldades. Aquilo que se pensou originalmente (para o Mercosul) era um processo de integração comercial. Mas hoje temos um Mercosul que não olha para si mesmo e não mira apenas os países que iniciaram esse processo, mas vê adiante.
AGÊNCIA BRASIL
— Vejo a indicação como um gesto de cortesia do meu companheiro Evo Morales, mas essas coisas a gente não reivindica, não pede e não articula. Acho que a ONU precisa ser dirigida por algum técnico competente, não pode ter um político forte, porque ele não pode ser maior do que os presidentes dos países — disse Lula, na entrevista coletiva de encerramento da Cúpula do Mercosul.
Na opinião de Lula, um ex-presidente dos Estados Unidos, por exemplo, não deve ocupar o posto.
— Fico meio preocupado porque, se virar moda, presidentes de países presidirem a ONU, daqui a pouco, os Estados Unidosi estarão disputando, além do Conselho de Segurança, o controle também das Nações Unidas, e aí tudo ficará mais difícil.
Sobre seu futuro político, Lula disse que "Deus já foi muito generoso" com ele e que não pretende pendurar as chuteiras, mas continuar "fazendo política". Ele descartou também a possibilidade de ocupar a função de alto representante do Mercosul, cargo cuja criação foi aprovada ontem (16) por ministros dos quatro países do bloco que se reuniram em Foz do Iguaçu.
— Posso contribuir sem ter cargo. Não preciso mais de cargo, preciso somente de motivação — afirmou o presidente.
Perguntado sobre a grande diversidade existente entre os países do Mercosul e sobre a possibilidade de a Argentina vir a sobretaxar produtos brasileiros do setor têxtil, Lula respondeu que as diferenças fazem parte do bloco.
— O Mercosul não é um convento, não é um encontro de freiras. Isso aqui é um encontro de chefes de Estado e de países soberanos, que sempre vão ter divergências. Sempre haverá um país com interesse diferente do outro, tentando não prejudicar o outro, mas defender a sua soberania.
Segundo Lula, isso ocorre também em outros blocos, como a União Europeia. E essa divergência não é um problema para o Mercosul.
— Acho que é a razão da existência do Mercosul — afirmou o presidente.
— Foi graças à ousadia do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai que esses países puderam chegar a um nível extraordinário de bom relacionamento político e comercial.
Para o presidente brasileiro, as relações entre os países do Mercosul são melhores do as relações entre os Estados Unidos e a China, a França e a Alemanha e a Inglaterra e a Irlanda.
— Pode ficar certo de que, aqui no Mercosul, somos muito mais unidos e compreensivos e temos muito mais necessidades. Portanto, a divergência faz parte do processo democrático do Mercosul.
Ao lado do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, Lula participou de rápida entrevista coletiva, respondendo a apenas duas perguntas feita por jornalistas brasileiros. Isso ocorreu, segundo Lula, porque ele precisava viajar de volta a Brasília para participar, ainda hoje, da diplomação da presidenta eleita, Dilma Rousseff. Foi a última entrevista dada por Lula como presidente do Mercosul, cargo que passa a ser ocupado agora por Lugo.
— Deixo a presidência pro tempore do Mercosul satisfeito e deixo a presidência do Brasil realizado — afirmou Lula.
O presidente paraguaio lembrou as dificuldades existentes no bloco. Lugo disse esperar que a Venezuela, o Peru, a Bolívia e a Colômbia também se integrem ao Mercosul.
— Não existem processos de integração puros, sem dificuldades. Aquilo que se pensou originalmente (para o Mercosul) era um processo de integração comercial. Mas hoje temos um Mercosul que não olha para si mesmo e não mira apenas os países que iniciaram esse processo, mas vê adiante.
AGÊNCIA BRASIL
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