O Egito voltou à internet na última quarta-feira (02/02). O país começou a sair na quinta-feira – após uma semana de protesto e bloqueios de alguns web sites - quando o presidente, Hosni Mubarak, ordenou que todas as formas de comunicação em massa, incluindo o acesso à internet, redes móveis e SMS, fossem bloqueados.
Mas, na quarta-feira, o apagão da internet chegou ao fim. A Vodafone disse que havia reinstalado os seus servidores de dados no Egito, permitindo que as pessoas mais uma vez acessassem à internet, e que estava “intercedendo ativamente para reativar os serviços SMS o mais rápido possível para seus clientes”.
O blackout egípcio “representa um novo marco na internet”, disse Craig Labovitz, cientista-chefe da Arbor Networks. “Nós nunca vimos um país tão conectado como o Egito, perder completamente a conectividade por um período tão longo.”
Ele previu que o apagão teria repercussões a longo prazo para aquele país.”Hoje, ela é uma parte integrante da economia e da sociedade egípcia. Diferentemente de períodos recentes, como há uma década, os governos dos países tecnicamente desenvolvidos não podem interromper telecomunicações sem incorrer em custos econômicos significativos e pressões sociais e políticas.”
De fato, a Organization for Economic Cooperation and Development, uma organização baseada em Paris (França), estima que o apagão custará para a economia do Egito cerca de US$ 90 milhões – ou US$ 18 milhões por dia – comprometendo de 3% a 4% da produção econômica do país. Além disso, o dano econômico ainda não terminou. De acordo com a organização, o Egito encontrará “mais dificuldade no futuro para atrair empresas estrangeiras e garantir que as redes permanecerão confiáveis”.
A capacidade de o governo egípcio tirar o país da internet reflete seu poder de controle sobre operadores locais de rede móveis, disse Labovitz. “Enquanto o mercado de telecomunicações egípcias tem desfrutado de uma liberação significativa na última década, a Telecommunications Regulatory Authority do governo egípcio continua a firmar um forte nível de controle regulatório sobre os titulares de licenças de telecomunicações.”
Esse controle se estende ao uso de redes de telefone móvel para fins de propagandas. Enquanto o governo exigiu que as redes bloqueassem os assinantes de usar seus celulares para fazer ou receberem SMSs ou ligações, o próprio governo direcionou suas mensagens SMS para os assinantes. “Sob o poder de emergência de provisões do Telecoms Act, as autoridades egípcias podem instruir redes da Mobinil, Etisalat e Vodafone a mandar mensagens para as pessoas do Egito”, segundo um comunicado divulgado pela Vodafone. “Eles têm usado isso, desde que os protestos começaram.”
A Vodafone criticou o governo por não ser culpada de sua campanha de mensagens SMS. “Nós deixamos claro que todas as mensagens devem ser transparentes e claramente atribuídas ao seu originador”.
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