Fazer exercícios acompanhado evita o surgimento do sedentarismo
"Vamos caminhar ou correr hoje?". Essa pergunta simples, quem diria, pode livrar muita gente do sedentarismo. Segundo uma pesquisa realizada pelo Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (Osubh), da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais (UFMG), a presença de um acompanhante para a prática de atividades, além do incentivo de amigos e parentes, aumentam as chances de uma pessoa se exercitar e manter o hábito.
O trabalho, premiado na Conferência Internacional de Saúde Urbana (Icumh-2010), em outubro no ano passado, em Nova York, questionou se o estabelecimento de uma parceria resultava num incentivo à atividade física. Janaína Goston, nutricionista e uma das autoras do estudo, afirma que sim. Praticar exercícios ao lado de um amigo ajuda a ter mais vontade de iniciar e continuar na atividade.
— Chegamos à conclusão de que pessoas que dispõem de acompanhante e incentivo para a realização de exercícios têm 2,64 vezes mais chances de atingir ou manter-se nos níveis de atividade física recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — afirma.
Para realizar a pesquisa, Janaína fez três perguntas aos entrevistados: 1. Você tem incentivo ou companhia de alguém para praticar exercício? 2. Você tem comprometimento com alguém na hora de se exercitar? 3. Você conta com alguma carona para poder fazer alguma atividade?
Se as respostas fossem três "sim", significava que o entrevistado tinha alto suporte social para a prática de exercícios. Duas declarações positivas eram consideradas suporte social moderado; apenas um sim, suporte social baixo; e, três negativas, sem suporte para a atividade.
— Notamos que as pessoas que tinham um alto suporte eram, justamente, as mais ativas, as que praticavam esportes regularmente — afirma Janaína Goston. — Para a OMS, ativo é quem pratica 150 minutos de exercícios por semana (30 minutos por dia), em intensidade moderada ou vigorosa — explica.
O insuficientemente ativo realiza em média 10 minutos de atividades diárias e o inativo é o indivíduo que está abaixo disso.
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Risco de mortalidade
O sedentarismo foi definido pela OMS como o quarto maior fator de risco de mortalidade. De acordo com trabalho publicado pela entidade em 16 de novembro de 2010, a falta de atividade física é responsável por pelo menos 21% dos casos de tumores malignos de mama e de colo do útero; por 27% dos registros de diabetes; e 30% das queixas de doenças cardíacas. Dos 3.454 participantes da pesquisa do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte, entre 18 e 69 anos, que responderam ao questionário, 60,3% foram categorizados como inativos (2.083); 23,2% como insuficientemente ativos (801); e 16,7% ativos (577).
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