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Mulher, Trabalho e Educação

NARA TEIXEIRA




O Brasil que elegeu a presidenta Dilma Rousseff ainda precisa avançar muito para garantir às mulheres igualdade na ocupação dos espaços sociais. No mundo do trabalho, apesar da crescente participação feminina, já representando 50% da população economicamente ativa, a mulher ainda tem que conviver com o absurdo das diferenciações salariais, além de outras discriminações no ambiente de trabalho.

A desigualdade não se dá de forma linear entre os diversos setores e existem contrastes expressivos. As mulheres representam 39,3% da força de trabalho na indústria nacional, 26,1% na agricultura e apenas 6,3% na construção civil. E, infelizmente, alguns "tabus" ainda sobrevivem em pleno século XXI. Somos 77,6% nos serviços domésticos, de acordo com o Anuário dos Trabalhadores/2009, uma publicação do Dieese.

Historicamente expressiva, nos últimos tempos a presença feminina tem crescido ainda mais na educação brasileira. Somos mais de 50% entre os professores do ensino superior, 71% no ensino médio e 85% no ensino fundamental, revela a pesquisa do ministério da Educação, realizada em abril de 2010.

Em 2009, de acordo com levantamento do Dieese, as mulheres já eram 59,76% entre as pessoas que concluem o ensino superior. Mesmo na pesquisa de ponta a participação da mulher vem num crescente, até 2003 o país formava mais doutores do que doutoras, numa proporção de 50,2% para 49,8%. A partir desse ano esse quadro se inverteu e em 2008 o país formou 51% de doutoras, para 48% de doutores (CGEE, julho de 2010).

A maior participação e conscientização da mulher na área de educação podem ser decisivas no processo de eliminação das marcantes desigualdades de gênero que ainda imperam em nosso país. Estamos na condição de promover e ampliar esse debate.

No que diz respeito à organização sindical na área da educação, a presença da mulher também é significativa. No entanto, uma olhada para os espaços de organização sindical no mundo do trabalho ainda aponta pequena presença feminina, fator que não contribui com a maior repercussão de nossa mensagem.

No Brasil ainda convivemos com alguns absurdos na organização sindical. A mulher não tem acento em 26% das diretorias de sindicatos, sejam urbanos ou rurais (Dieese, julho de 2009). E mesmo quando está presente, a participação da mulher ainda é bem menor do que a do homem.

No topo da representação sindical, ou seja, nas Centrais Sindicais, as mulheres representam apenas 21,18% de suas diretorias, segundo levantamento do Dieese, realizado em dezembro de 2009. Podemos afirmar que a luta sindical ainda é marcadamente masculina, em contraste com a crescente participação das mulheres no mundo do trabalho.

Tal situação levou a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB, a criar sua secretaria da Mulher como forma de garantir a maior participação das mulheres no movimento sindical brasileiro e promover o necessário debate em torno da igualdade de oportunidades, independente do gênero.

Simbólico é hoje a ocupação da presidência da república de nosso país por uma mulher, com história de luta e de intensa participação política. Que miremos todas nesse exemplo para eliminarmos de vez os muros das desigualdades. No espaço político, por ser um dos mais masculinos, o maior empoderamento da mulher certamente contribuirá com o aumento da participação feminina em todos os outros espaços sociais.

Pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, Cultura Data e Ibope, em 2009, com relação à percepção e expectativas da população sobre a participação das mulheres na política, demonstra que para 77% dos homens e 80% das mulheres entrevistadas a maior participação das mulheres na política e nos espaços de poder melhora a democracia e os próprios espaços públicos em que atuam (Jordão, Fátima Pacheco, Mulheres na Política).

Num cenário de grande desigualdade econômica e social como o do Brasil, a luta por igualdade, mesmo a de gênero, sofre resistências por parte daqueles que não querem perder seus privilégios. Portanto, ao lado da justa luta pelos direitos da mulher, nós, mulheres sindicalistas, também temos que desenvolver a luta por maior justiça social, pela construção de uma sociedade igualitária para todos e todas.

Entrelaçar de forma e eficaz essas bandeiras é o grande desafio para as mulheres conscientes de seus direitos.
NARA TEIXEIRA é diretora de Questões de Gênero e Etnia da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (Contee), presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-MT) e presidenta de Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Estado de Mato Grosso (Sintrae-MT)

Fonte: www.midianews.com.br

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