Mas afinal o que é Metodologia Científica? A palavra metodologia vem de método: o estudo e a pesquisa acerca dos métodos para as diferentes formas de trabalho científico. Nesse caso, o aprendizado dos diversos métodos e possibilidades para bem conduzir a pesquisa e alcançar os resultados pretendidos.
E método, o que é? Trata-se de uma palavra grega que, etimologicamente, pode ser assim dividida: a) meta = através de; b) hodos = caminho, vias. Em outras palavras, método quer significar caminho através do qual é possível atingir um dado objetivo, um termo, um determinado fim, proposto de antemão.
A essa definição devemos ainda acrescentar que método contrapõe-se ao acaso e à sorte, pois possui uma ordem manifesta num conjunto de regras que são explícitas, como também são explícitas as razões pelas quais tais regras são adotadas. Tais regras ou normas oferecem garantias de facilidade, rapidez, eficácia.
Não é apenas um caminho, mas um caminho que pode abrir outros que melhor possibilitem alcançar os objetivos buscados ou mesmo objetivos não propostos. Nesse sentido, o leitor já percebeu que sempre se utiliza de métodos nas mais variadas atividades do seu dia a dia. E isso por que há meios, modos, caminhos para se chegar a um dado lugar, para se preparar um café, para tratar de um assunto delicado e mesmo para divertir-se. O que acontece é que nem sempre nos perguntamos se essa forma de proceder, nessas e em outras atividades, é o
melhor modo de fazer. A menos que algo dê errado ou que tenhamos um objetivo muito específico, não paramos para avaliar o como fazemos o que fazemos.
E é justamente nesse ponto que entra a Metodologia Científica, para apresentar e discutir o como fazer, porque ao fazermos uma pesquisa e construirmos conhecimento, todos seguimos modos, caminhos consagrados pela experiência de todos os que nos antecederam. São métodos que já mostraram seu valor, sua fecundidade na resolução de problemas. Além disso, a crítica e a avaliação sempre estão presentes, por isso muitos métodos e procedimentos foram abandonados e substituídos por outros melhores. Por exemplo, até pouco tempo era comum a extração de dentes. Hoje, esse procedimento só é utilizado em último caso. Tudo o que for possível fazer para recuperar um dente é feito antes de adotar um procedimento mais radical. E o mesmo poderíamos dizer de outras áreas de conhecimento. Em outras palavras, trata-se do aprendizado das diversas formas de se fazer uma pesquisa, alcançar os resultados buscados e publicá-los, torná-los conhecidos, pois só assim serão válidos.
E aqui entramos em outro ponto: o que significa dizer que a metodologia é científica? Também nesse momento o leitor pode se adiantar e dizer que é por se tratar de fazer ciência. Em sentido geral, podemos dizer que sim. Porém há muitas formas de produção de conhecimento que cabem nesse qualificativo de ciência. Não é a mesma coisa uma pesquisa na área de medicina, que na área de astronomia e na de literatura. São métodos muito diferentes. Além disso, estamos falando de metodologia científica, ou seja, dos instrumentos que irão embasar a prática dessas e de outras áreas de conhecimento.
Então, o que propriamente significa científico no caso da metodologia? Segundo Umberto Eco (1977), um estudo é científico quando atende alguns quesitos. Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível e definido de tal maneira que possa ser reconhecido por outros. Claro que não se trata apenas de algo físico. Quando falamos de números matemáticos, termos de economia – como a inflação –, e de questões morais, não se trata de objetos palpáveis, mas perfeitamente reconhecíveis por qualquer pessoa.
Porém – e me permito utilizar o próprio exemplo de Umberto Eco (1977, p. 21) –, se me proponho a estudar centauros eu devo torná-lo identificável. Uma possibilidade é dizer em qual literatura mitológica estarei baseando-me (neste caso, a grega), ou então aventarei a hipótese de que tal criatura venha existir num mundo possível e deixar bem clara essa condição hipotética e os limites que ela impõe.
Agora, se pretendo afirmar que centauros existem, terei então de apresentar provas cabíveis dessa tese que quero defender: fósseis, fotografias, hábitos como, por exemplo, onde e em que momento ele costuma beber água etc. Enfim, deverei apresentar todos os dados necessários para que meu objeto de pesquisa possa ser identificado por outros pesquisadores. Percebe-se, então, que a última alternativa não é cientificamente válida para centauros.
Um segundo quesito implica dizer do objeto de estudo algo que ainda não foi dito ou rever sob uma ótica diferente o que já se disse. Também é cientificamente válida, e muito útil, uma compilação das opiniões e afirmações já ditas acerca de um dado objeto de estudo.
É claro que durante o curso de graduação não se espera que o aluno diga algo absolutamente original. Mesmo por que ele está aprendendo a estudar com mais eficiência e a fazer pesquisa. Espera-se dele que demonstre o aprendizado das habilidades requeridas para sua área de estudos. Nesse sentido, não há problema em não produzir algo que seja diferente do que já foi dito. Aos poucos, e isso deve acontecer já na graduação, o aluno irá se interessar por uma dada área de pesquisa e irá então começar a produzir um conhecimento próprio. Começará, dessa forma, a estar apto para oferecer uma contribuição original.
Um terceiro quesito apresentado por Eco (1977, p. 22) afirma que a pesquisa deve ser útil aos demais, e o será se os trabalhos científicos posteriores sobre o mesmo tema tiverem de levá-lo em conta. E por fim, quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos para a verificação e a contestação das hipóteses apresentadas. Ou seja, devo proceder de forma a permitir que outros continuem a pesquisa, para contestá-la ou confirmá-la. Com isso, esclarecemos o que significa qualificar um método de científico.
Trata-se de caminhos rigorosos, sistematizados, ordenados com o intuito de atingir determinados fins que dizem respeito à nossa busca por conhecimentos válidos. Deve-se, além do rigor, tornar o objeto de estudo reconhecível e passível de verificação pelos demais. Nesse sentido, são contrários à postura científica conhecimentos fechados, reservados a uns poucos ditos iniciados, saberes obscuros que não possam ser divulgados, partilhados e questionados.
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Fonte:
Curso de Engenharia de Produção
E método, o que é? Trata-se de uma palavra grega que, etimologicamente, pode ser assim dividida: a) meta = através de; b) hodos = caminho, vias. Em outras palavras, método quer significar caminho através do qual é possível atingir um dado objetivo, um termo, um determinado fim, proposto de antemão.
A essa definição devemos ainda acrescentar que método contrapõe-se ao acaso e à sorte, pois possui uma ordem manifesta num conjunto de regras que são explícitas, como também são explícitas as razões pelas quais tais regras são adotadas. Tais regras ou normas oferecem garantias de facilidade, rapidez, eficácia.
Não é apenas um caminho, mas um caminho que pode abrir outros que melhor possibilitem alcançar os objetivos buscados ou mesmo objetivos não propostos. Nesse sentido, o leitor já percebeu que sempre se utiliza de métodos nas mais variadas atividades do seu dia a dia. E isso por que há meios, modos, caminhos para se chegar a um dado lugar, para se preparar um café, para tratar de um assunto delicado e mesmo para divertir-se. O que acontece é que nem sempre nos perguntamos se essa forma de proceder, nessas e em outras atividades, é o
melhor modo de fazer. A menos que algo dê errado ou que tenhamos um objetivo muito específico, não paramos para avaliar o como fazemos o que fazemos.
E é justamente nesse ponto que entra a Metodologia Científica, para apresentar e discutir o como fazer, porque ao fazermos uma pesquisa e construirmos conhecimento, todos seguimos modos, caminhos consagrados pela experiência de todos os que nos antecederam. São métodos que já mostraram seu valor, sua fecundidade na resolução de problemas. Além disso, a crítica e a avaliação sempre estão presentes, por isso muitos métodos e procedimentos foram abandonados e substituídos por outros melhores. Por exemplo, até pouco tempo era comum a extração de dentes. Hoje, esse procedimento só é utilizado em último caso. Tudo o que for possível fazer para recuperar um dente é feito antes de adotar um procedimento mais radical. E o mesmo poderíamos dizer de outras áreas de conhecimento. Em outras palavras, trata-se do aprendizado das diversas formas de se fazer uma pesquisa, alcançar os resultados buscados e publicá-los, torná-los conhecidos, pois só assim serão válidos.
E aqui entramos em outro ponto: o que significa dizer que a metodologia é científica? Também nesse momento o leitor pode se adiantar e dizer que é por se tratar de fazer ciência. Em sentido geral, podemos dizer que sim. Porém há muitas formas de produção de conhecimento que cabem nesse qualificativo de ciência. Não é a mesma coisa uma pesquisa na área de medicina, que na área de astronomia e na de literatura. São métodos muito diferentes. Além disso, estamos falando de metodologia científica, ou seja, dos instrumentos que irão embasar a prática dessas e de outras áreas de conhecimento.
Então, o que propriamente significa científico no caso da metodologia? Segundo Umberto Eco (1977), um estudo é científico quando atende alguns quesitos. Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecível e definido de tal maneira que possa ser reconhecido por outros. Claro que não se trata apenas de algo físico. Quando falamos de números matemáticos, termos de economia – como a inflação –, e de questões morais, não se trata de objetos palpáveis, mas perfeitamente reconhecíveis por qualquer pessoa.
Porém – e me permito utilizar o próprio exemplo de Umberto Eco (1977, p. 21) –, se me proponho a estudar centauros eu devo torná-lo identificável. Uma possibilidade é dizer em qual literatura mitológica estarei baseando-me (neste caso, a grega), ou então aventarei a hipótese de que tal criatura venha existir num mundo possível e deixar bem clara essa condição hipotética e os limites que ela impõe.
Agora, se pretendo afirmar que centauros existem, terei então de apresentar provas cabíveis dessa tese que quero defender: fósseis, fotografias, hábitos como, por exemplo, onde e em que momento ele costuma beber água etc. Enfim, deverei apresentar todos os dados necessários para que meu objeto de pesquisa possa ser identificado por outros pesquisadores. Percebe-se, então, que a última alternativa não é cientificamente válida para centauros.
Um segundo quesito implica dizer do objeto de estudo algo que ainda não foi dito ou rever sob uma ótica diferente o que já se disse. Também é cientificamente válida, e muito útil, uma compilação das opiniões e afirmações já ditas acerca de um dado objeto de estudo.
É claro que durante o curso de graduação não se espera que o aluno diga algo absolutamente original. Mesmo por que ele está aprendendo a estudar com mais eficiência e a fazer pesquisa. Espera-se dele que demonstre o aprendizado das habilidades requeridas para sua área de estudos. Nesse sentido, não há problema em não produzir algo que seja diferente do que já foi dito. Aos poucos, e isso deve acontecer já na graduação, o aluno irá se interessar por uma dada área de pesquisa e irá então começar a produzir um conhecimento próprio. Começará, dessa forma, a estar apto para oferecer uma contribuição original.
Um terceiro quesito apresentado por Eco (1977, p. 22) afirma que a pesquisa deve ser útil aos demais, e o será se os trabalhos científicos posteriores sobre o mesmo tema tiverem de levá-lo em conta. E por fim, quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos para a verificação e a contestação das hipóteses apresentadas. Ou seja, devo proceder de forma a permitir que outros continuem a pesquisa, para contestá-la ou confirmá-la. Com isso, esclarecemos o que significa qualificar um método de científico.
Trata-se de caminhos rigorosos, sistematizados, ordenados com o intuito de atingir determinados fins que dizem respeito à nossa busca por conhecimentos válidos. Deve-se, além do rigor, tornar o objeto de estudo reconhecível e passível de verificação pelos demais. Nesse sentido, são contrários à postura científica conhecimentos fechados, reservados a uns poucos ditos iniciados, saberes obscuros que não possam ser divulgados, partilhados e questionados.
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Fonte:
Curso de Engenharia de Produção
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