Crianças estão em perigo com 'gays fundamentalistas'

O deputado federal eleito pelo PP do Rio Jair Bolsonaro, autor do panfleto antigay distribuído em residências e escolas do estado do Rio de Janeiro, fez críticas aos movimentos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTs) que, segundo o parlamentar, tentam estimular as crianças a práticas homossexuais. Bolsonaro chamou de "homossexuais fundamentalistas" os grupos que apoiam a distribuição pelo governo federal de um kit nas escolas públicas do país em que mostra a orientação sexual com diversidade, que faz parte do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de GLBT.

Bolsonaro disse que os panfletos são entregues por um pessoal comissionado e por amigos aos diretores e professores, que os entrega para o "público mais seleto", que segundo ele são crianças que possuem um conhecimento sobre sexualidade. "Somos contra eles (grupos LGBTs) distribuírem esse material (kitgay) nas escolas. Isso vai estimular ao homossexualismo. Somos produtos do meio. Meu objetivo é que o kitgay seja proibido nas escolas. Estou tranquilo. Temos o apoio de grande parte da população. Na escola não pode ser divulgado isso (kitgay). Eu chamo eles de homossexuais fundamentalistas".

No panfleto, um trecho em destaque diz: "querem, na escola, transformar seu filho de 6 a 8 anos em homossexual". Na parte debaixo, ele se dirige diretamente aos pais. "Meninos e meninas, alunos do 1º grau, serão emboscados por grupos homossexuais fundamentalistas, levando aos nossos inocentes estudantes a mensagem de que ser gay ou lésbica é motivo de orgulho para a família brasileira", diz o trecho do panfleto. "Alguns professores ligaram para mim para saber o que está acontecendo. Se eu vir esse kitgay, eu queimo e não quero saber se serei penalizado. O governo quer incentivar isso", afirma o parlamentar.

Ao todo, foram 50 mil cópias espalhadas entre residências e escolas do Rio de Janeiro. Nos textos impressos, a homossexualidade é associada à pedofilia. O custo dos panfletos não foi divulgado. No entanto, Bolsonaro pretende repassar a conta para os cofres públicos, de acordo com a "Folha de S. Paulo". Ainda segundo o material, é apresentado alguns dos 180 itens previstos nos direitos humanos do grupo LGBT.

No texto, Bolsonaro cita como "defensores do fundamentalismo homossexual", o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), o integrante da Executiva da Associação Brasileira da ABGLT, Beto Jesus, o fundador do grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, e o presidente da ABGLT, Toni Reis, este apresentado como estando de casamento marcado com homem casado com sua mãe, mas confirmou que a informação estava errada, e disse que era um padrasto, para que ele tenha cidadania americana.

Fonte: www.sidneyrezende.com

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