Iniciativas e parcerias dão bons resultados na educação do Brasil

Elas transformam a escola em um lugar mais agradável, eficiente e atraente para alunos, professores e pais. A criação de um ambiente favorável ao ensino está menos ligada a grandes investimentos na estrutura física das escolas e mais ao acompanhamento do dia a dia da sala de aula.




O Ministério da Educação (MEC) contestou uma informação da reportagem especial de quinta-feira (12) sobre o número de formandos em pedagogia e educação básica entre os anos de 2005 e 2009. Para o MEC, devem ser incluídos os números dos cursos à distância e não só o presencial, em que o aluno está dentro da sala de aula, que era o foco da nossa série. Dentro dessa visão do Ministério, o número de professores formados aumentou 2,75% naquele período.
Nesta sexta-feira (13), na última reportagem desta série sobre a educação no Brasil, Alan Severiano mostra iniciativas que transformam a escola em um lugar mais agradável, eficiente e atraente para alunos, professores e até para os pais.
Bairro pobre de São Paulo, escola sem infraestrutura. Tinha tudo para dar errado e dava. Até que uma janela se abriu. Uma parceria com empresários melhorou as instalações e treinou mais de cem professores.
“Eu aprendi que você tem que ver o que eles sabem também e a partir do que eles sabem a gente fazer nosso planejamento de aulas e eu não fazia isso”, disse a professora de português
Elaine Ribeiro Claro.
“Eles aprendendo mais eles podem ensinar melhor para a gente, de um jeito melhor para a gente”, lembrou Márcia Sousa, de 11 anos.
Para o diretor Celso Teixeira, lições de gestão. Ele é um professor de português que se apaixonou pelos números e passou a lidar com um vocabulário típico de quem administra uma empresa.
“Eu sei em porcentagem quanto o aluno fulano de tal tem e quanto eu quero que ele chegue. Eu consigo determinar isso para a sala, determinar isso para a escola. Dessa maneira o caminho é mais curto”, explicou.
Foi mesmo. Em dois anos, o desempenho na avaliação do MEC melhorou. A nota do Ideb passou de 4,2 para 5 no 5° ano. E pulou de 3,5 para 4,2 no fim do ensino fundamental.
Um trunfo é a professora comunitária, que percorre o bairro e mantém contato com as famílias.
O envolvimento dos pais faz diferença. A mãe de Tiago acompanha as tarefas e o dia a dia da escola. “Se cada pai fizesse um pouquinho do que eu faço, eu creio que a escola ainda estaria melhor do que está hoje”, disse ela.
Em uma escola em Belo Horizonte, a receita de superação é um pouco diferente. Para motivar alunos que repetiram várias séries, a saída foi diversificar as atividades. É uma parceria da rede municipal com a Fundação Roberto Marinho.
A brincadeira da batata quente vira teste de conhecimentos gerais. Em aulas do Telecurso, situações do cotidiano ajudam a entender assuntos que já foram vistos.
“O grande objetivo eu acho que é fazer com que eles descubram que eles sabem, que eles podem aprender que eles dão conta”, destacou a professora Luiza Carvalho.
A criação de um ambiente favorável ao ensino está menos ligada a grandes investimentos na estrutura física das escolas e mais ao acompanhamento do dia a dia da sala de aula.
Os números mostram que Minas Gerais conseguiu dar um salto de qualidade nos primeiros anos do ensino fundamental porque resolveu apoiar o trabalho do professor e ajudá-lo a superar as próprias deficiências.
Educadores mais experientes acompanham as aulas, detectam os problemas e apontam saídas. O foco é a alfabetização até o 3° ano. De 2006 para 2010, o percentual de alunos de 8 anos que sabem ler e escrever pulou de 49% para 86%.
A baixa rotatividade dos professores ajuda a dar continuidade ao trabalho. “Dá segurança. Dezembro você fecha as turmas, você já sabe qual o perfil do professor para aquela turma”, explicou a diretora de escola Marli Soares Barreto.
O exemplo foi citado por uma consultoria internacional que analisou experiências bem sucedidas em 18 países. Na maioria, o que fez a diferença foi a qualificação do diretor e dos professores - que contam com a ajuda do material didático. Uma espécie de guia, ele explica o que o aluno tem de aprender e dá sugestões de como chegar lá.
É contando histórias que crianças de 6 anos se preparam para a alfabetização. Outro diferencial: alunos de famílias menos estruturadas passam o dia inteiro na escola. Se divertindo, nem percebem que estão aprendendo.
“A gente precisa sair do gerúndio, ou seja, de ‘está melhorando’, ‘caminhando’, nós temos que fazer uma efetiva melhora, um salto transformacional na educação do Brasil. É só o Brasil se mobilizar para isso que a gente consegue fazer”, afirmou o empresário Jair Ribeiro.
Fonte: Jornal Nacional

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