O grupo de hackers LulzSecBrazil postou em sua conta no Twitter um  link para um arquivo com supostos dados pessoais da presidente do  Brasil, Dilma Rousseff, e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
 O LulzSecBrazil é o braço brasileiro do grupo coletivo internacional  Lulz Security, que vem ganhando notoriedade por ataques recentes aos  servidores da CIA (agência de inteligência americana), do FBI (polícia  federal americana), do serviço público de saúde britânico, o NHS, da  empresa Sony e das TV americanas Fox e PBS.
O arquivo com os dados de Dilma e Kassab trazem informações como  números do CPF e do PIS, data de nascimento, telefones, signo, nome da  mãe (no caso do prefeito) e e-mails pessoais (também só no caso de  Kassab).
 Muitas dessas informações são públicas e constam, por exemplo, da  prestação de contas dos mandatários durante as campanhas eleitorais.
 As informações relativas a Dilma a vinculam à Petrobras, o que  poderia sugerir que as informações foram coletadas quando ela fazia  parte do Conselho de Administração da empresa, do qual saiu no início do  ano passado, antes do lançamento de sua campanha à Presidência.
O LulzSecBrazil disponibilizou também outros dois aquivos - um deles  com supostos caminhos para o recebimento de e-mails pessoais de  funcionários da Petrobras e outro com supostas senhas e logins de acesso  a áreas restritas do site do Ministério do Esporte.
 Comentários em blogs de tecnologia afirmam que a publicação teria  sido uma resposta do LulzSecBrazil ao Serpro (Serviço Federal de  Processamento de Dados, o órgão responsável pelos principais sistemas  informáticos do governo federal), que afirmou que o grupo não havia tido  acesso a dados sigilosos durante os ataques.
 O coordenador de comunicação social do Serpro, Carlos Marcos Torres,  reafirmou à BBC Brasil que nenhum dos sites administrados pelo órgão  sofreu invasão que pudesse expor dados sigilosos do governo ou de  cidadãos.
Segundo ele, os ataques do grupo de hackers apenas derrubou o acesso aos  sites ao simular um grande número de acessos, sobrecarregando a rede.
 - Não houve uma invasão ao sistema, não quebraram os sistemas de segurança.
 Torres afirmou que o acesso indevido a dados sigilosos do governo abrigados nos sistemas do Serpro é "praticamente impossível".
 Segundo ele, os dados postados pelo LulzSecBrazil podem ter sido tomados de fontes abertas na internet ou em outros meios.
 A assessoria de imprensa da Petrobras também afirmou que não houve  invasão aos dados sigilosos da empresa e que o ataque do grupo de  hackers apenas provocou lentidão no acesso ao site da companhia.
 A Petrobras disse desconhecer a lista publicada pelo grupo, mas  reafirmou que nenhum dado foi acessado de forma indevida em seus  sistemas.
 A BBC Brasil não conseguiu o contato com representantes do Ministério  do Esporte para comentar o assunto durante a madrugada desta  quinta-feira.
 Relevância
 Em vários comentários postados em blogs sobre tecnologia que  divulgaram a postagem dos supostos dados sigilosos, internautas  questionam a relevância dos dados publicados pelo LulzSecBrazil.
 "Tem que ser muito, muito burro para achar que esses dados aí têm  alguma importância e sigilo", diz um usuário identificado como  JustinBieberPCGamer no site www.gamevicio.com.br. "Engraçado vai ser  quando começarem a entrar em cana, aí que vai começar a invasão de  verdade", complementa.
 Outro usuário, identificado como onyimiuji, afirma que o grupo "não  realizou um ataque efetivo", mas "simplesmente congestionaram o tráfego  de informações". "Esses arquivos só mostram coisas que já estão  disponíveis e outras que não possuem a mínima relevância. O método deles  pode ser eficiente para derrubar sites, mas ainda não tivemos uma prova  cracker (hackers que conseguem romper barreiras de segurança de  sistemas) deles", diz.
 Um comentário postado no site blog.corujadeti.com.br afirma que "o  objetivo do grupo hacker é demonstrar que o governo precisa e rápido   reforçar as suas defesas, mas convenhamos que ter informações  confidenciais  providas pelas coletas da Receita Federal e do INSS é  coisa antiga".
 "Exemplo  disso foram as diversas reportagens feitas na Praça da Sé,  em São Paulo, que  demonstraram que com menos de R$ 100 é possível  comprar DVDs e CDs que  possuem dados de milhões de contribuintes. CPF,  RG, Endereço completo, filiação  são alguns dos dados que constam nestes  CDs e DVDs", observa o comentário.
Fonte: R7 
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