O publicitário Duda Mendonça  diz que fará gratuitamente as campanhas em prol da criação dos Estados  do Tapajós e Carajás. Os comitês separatistas ainda não terminaram o  levantamento de custos das campanhas, mas estimam um gasto entre R$ 15  milhões e R$ 20 milhões - um valor que representa 11% dos custos da  campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República em 2010.
 O publicitário é proprietário de terras na região de Carajás, onde o  movimento separatista é encabeçado principalmente pelos proprietários de  terra da região. “O Duda (Mendonça) não nos cobra nada porque sabe da  importância de uma causa como essa. Ele está apenas dando a sua  contribuição nisso”, afirma Edvaldo Bernardo, presidente do Instituto  Cidadão Pró-Estado do Tapajós (ICPET). Duda já comandou a campanha  vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva  à Presidência da República, em 2002, e do ex-prefeito de São Paulo,  Paulo Maluf. Ele também é um dos réus do processo do mensalão, acusado  de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O lançamento das campanhas pró e contra divisão do Pará aconteceu na  quinta-feira (21). Elas serão realizadas a partir do dia 13 de setembro,  pelo calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na televisão e  rádio, as campanhas começam 11 de novembro.
 Segundo Bernardo, o maior gasto com as campanhas será em logística.  “O Pará é um Estado muito grande, onde cidades ficam muito distantes das  outras. Isso demandará um gasto gigantesco”. Existe também a  possibilidade de veicular a campanha na mídia nacional, mas isso  demandaria um custo de pelo menos R$ 5 milhões pelas primeiras  informações dos comitês.
 Duda Mendonça
 Nos últimos anos, o publicitário baiano vem se aproximando e  estreitando relações com Estados da região norte-nordeste do Brasil. No  ano passado, por exemplo, foi responsável pela campanha de reeleição de Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. A sua agência, em 2011, venceu uma licitação no  governo da pemedebista para execução de peças de publicidade.
Durante o tempo em televisão, as campanhas serão unificadas. Nos  outdoors e panfletos das cidades atingidas, elas serão voltadas aos  públicos específicos de cada região: Carajás ou Tapajós. Oficialmente,  os separatistas evitam o termo “divisão” do Estado na campanha. As peças  publicitárias contam a história de irmãos que se separam para o bem  comum.  A cor predominante nos comitês pró Carajás e Tapajós é o verde e  amarelo da bandeira brasileira.
 Para os separatistas, o maior trabalho de convencimento pelo “sim” é o  da população de Belém. Apenas na capital paraense existem 3,1 milhões  de eleitores, que vê com resistência a divisão do Estado em três. É  justamente nessa região o comitê contra a divisão do Estado aposta.
 Apesar de serem campanhas distintas, os dois comitês adotarão o  discurso desenvolvimentista durante a campanha. O comitê pró Carajás e  Tapajós focará as conseqüências da falta de políticas públicas na  região. Eles já articulam a busca de testemunhos de outros Estados e de  representantes do Mato Grosso do Sul e Tocantins como reforço da  campanha.
 A base da campanha não separatista será justamente essa: mostrar que  as políticas públicas chegam a todo o Pará e que não é necessária a  divisão de território para ocorrer melhorias nesse aspecto. Neste ano, o  governo estadual já deu uma amostra disso ao transferir, por  aproximadamente uma semana, a sede do governo para o município de  Santarém, na região oeste do Pará, em junho.
 A comissão contra a separação também pretende mostrar à população que  a culpa pela falta de desenvolvimento da região de Tapajós e Carajás é  fruto de uma conjuntura nacional, não local. “O Pará foi esquecido por  muito tempo e não é separando que isso será resolvido”, aponta Zenaldo  Coutinho, secretário da Casa Civil do governo paraense e líder da frente  antisseparatista no Pará.
Ultimo Segundo http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/pa/campanha+pela+divisao+do+para+deve+custar+cerca+de+r+20+milhoes/n1597096084031.html
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