CORRUPÇÃO NA ALEPA - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARÁ engenheiros seriam principais responsáveis por fraudes
O promotor de justiça Nelson Medrado ouviu o depoimento de mais uma pessoa que teria ligação no esquema de fraude da Assembleia Legislativa do Pará, nesta quarta-feira (20). A empresa Raiol Serviços de Construção Ltda teria 19 processos de licitação na Alepa. De acordo com as investigações, somente a empresa Raiol teria recebido quase R$ 2 milhões. 'Tudo indica que o esquema partia dos engenheiros da comissão de licitação da Alepa', afirmou o promotor.
De acordo com Medrado, em depoimento, o proprietário da empresa negou qualquer envolvimento com licitações. 'O dono da empresa prestou depoimento e foi constatado que as licitações eram assinadas por um engenheiro, que foi responsável técnico da empresa até 2008', afirma.
Assinatura que constava na licitação e a assinatura verdadeira do engenheiro |
O engenheiro Armindo Amaral Correa de Miranda prestou depoimento e negou envolvimento com a Assembleia Legislativa. 'Chamamos o engenheiro e ele afirmou que não tinha autorização do proprietário para participar de qualquer tipo de licitação com o nome da empresa, inclusive, ele comprovou com documentos do CREA que estava desligado da Raiol desde 2008', ressalta Nelson.
Segundo Nelson Medrado, 34 empresas podem estar envolvidas no esquema de fraudes da Alepa. 'Durante a gestão de Domingos Juvenil, no período de 2009 a janeiro de 2011, foram apresentadas 90 licitações e todas apresentaram indícios de fraude', explica.
Apenas 14 dos 34 empresários que supostamente teriam envolvimento prestaram depoimento e todos negaram qualquer participação no esquema de fraudes nas licitações. 'Até agora, todos negaram, mas nós estamos investigando e os suspeitos são integrantes da comissão de licitação da Alepa', ressalta.
Caso - As denúncias de fraudes na Alepa, formuladas pelo Ministério Público, surgiram após as investigações iniciadas em março deste ano. Após a grande operação de busca e apreensão de documentos ocorrida em 19 de abril e os depoimentos de várias pessoas envolvidas, que originaram novas apreensões, as provas colhidas levaram ao oferecimento de duas denúncias criminais. A primeira por fraudes em licitações, foi protocolada em 22 de junho. A segunda, por fraudes na folha de pagamento, foi ajuizada em 1º de julho. Durante as investigações foi descoberto que uma estudante, que mora no exterior, recebia salário como funcionária da Alepa.
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