Fumar faz mal. Calma esta não é uma coluna sobre medicina. Não vou  abordar os efeitos do cigarro no organismo e sim na saúde financeira. Se  você fuma, tenho certeza de que já fez as contas de quanto custa manter  seu consumo. Quem não fuma pode continuar lendo, pois a lógica é a  mesma para outros tipos de gastos e seu impacto nas finanças pessoais. 
Muita gente acha que só será possível poupar quando começar a sobrar  dinheiro no fim do mês. Se pensar assim, provavelmente não vai guardar  um centavo sequer. Poupar não é aplicar onde quer que seja o que sobrou  depois de atendidas todas as necessidades, até porque, muitas delas não  são exatamente “necessidades”, são desejos. E podem esperar.
Mas para isso é preciso motivação. Os especialistas em finanças  pessoais recomendam que a pessoa que quer poupar defina um objetivo para  aquele dinheiro. Poupar é postergar a realização de algum desejo de  consumo. Se não houver uma promessa de satisfação no futuro, fica  difícil deixar de comprar algo hoje.
E se não tomar cuidado, o dinheiro vai embora, parece que escoa por  algum buraco e a gente nem se dá conta. Boa parte da culpa é das  pequenas despesas do dia a dia e quando chega o fim do mês gastou-se uma  boa grana em bobagens.
Aí é que entra o cigarro. Tenho duas conhecidas com algo em comum,  ambas fumam e dizem que não conseguem guardar dinheiro. Rosangela  consome um maço por dia de uma marca que custa R$ 3,40. Por sua vez, Bia  fuma dois maços por dia, ao custo de R$ 9,50. Elas dizem que é pouco e  que deixar de gastar com o cigarro não faria qualquer diferença.
Realmente, assim na base do conta-gotas a economia parece  insignificante, mas elas até já fizeram as contas do desembolso mensal:  R$ 102 no caso de Rosangela e R$ 285 no caso de Bia. Porém, como os  efeitos do cigarro sobre a saúde demoram a aparecer e seus “benefícios”  (prazer, maior concentração e relaxamento) são imediatos, parar de fumar  costuma ser uma decisão sempre deixada para depois.
Algo parecido acontece com a resolução de poupar: as vantagens de  guardar pequenos valores parecem distantes e a tendência é esperar para o  dia em que sobrar algum no fim do mês ou entrar uma “bolada” na conta.  Só que, por ano, Rosangela literalmente queima R$ 1.224 e Bia, R$ 3.420.  Com esse dinheiro dá para pagar à vista uma bela viagem nas férias. É  só escolher o destino.
Nas grandes agências de viagem é possível comprar um pacote de oito  dias para praias do Nordeste a partir de R$ 980. Se quiser, Bia pode até  mesmo ir a Paris.
Mas como parar de fumar não é uma tarefa fácil, que tal tentar um  meio termo? Ao reduzir seu consumo para dez cigarros por dia, Rosangela  pode poupar o equivalente a uma viagem a Porto Seguro, na Bahia, que  custa aproximadamente R$ 600. E Bia pode passar uma semana em Buenos  Aires. É um bom começo.
Miudezas
A economia com despesas do dia a dia pode ser feita com várias  coisas. Até mesmo um inocente cafezinho pode ter um efeito importante  nas finanças pessoais. O café expresso na cidade de São Paulo, por  exemplo. O preço em média nas cafeterias é R$ 2,50. A este custo, uma  xícara por dia consome R$ 75 no fim do mês, ou R$ 900 em um ano.
De grão em grão
Mesmo uma pequena economia pode render um bom dinheiro se for mantida  ao longo dos anos. No caso de uma pessoa que em vez de gastar R$ 102  por mês com cigarros decida aplicar esse valor na caderneta de poupança,  em um ano terá R$ 1.257. Em cinco anos, terá acumulado R$ 7.088. O  fumante que desembolsa R$ 285 por mês pouparia R$ 3.513 em 12 meses e R$  19.803 em cinco anos.
Fonte: blogs.estadao.com.br 
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