Não é ensinar o homem a deixar o combate, mas sim a perder a  combatividade; a ser forte, mas sem perder a ternura nem a compreensão  pelo outro
Comentário Akatu: A cooperação e o  compartilhamento são atributos que faltam nas ações da sociedade de  hoje. Se quisermos uma sociedade sustentável no futuro, onde o consumo  consciente seja parte da cultura, será preciso encontrar um caminho que  tenha esses atributos. Em ambos os casos, no cooperar e no compartilhar,  o pressuposto é o da existência do diálogo. Observar o que é comum  entre mim e o outro e perceber que o que afeta o outro, positiva ou  negativamente, também pode me afetar, é revelador do simples fato de  sermos humanos, o que já nos coloca em comunhão, tornando possível o  diálogo.
O homem é um dos poucos mamíferos que ataca e destrói seus semelhantes: conhece a tortura e é capaz de matar os seres de sua própria espécie. Os especialistas em comportamento animal (os etólogos) dizem que o homem tem um baixo nível de inibição genética frente à vida de seu semelhante. Isto o difere da maioria dos animais superiores que estão naturalmente inibidos de matar um outro ser de sua própria espécie.
O homem é um dos poucos mamíferos que ataca e destrói seus semelhantes: conhece a tortura e é capaz de matar os seres de sua própria espécie. Os especialistas em comportamento animal (os etólogos) dizem que o homem tem um baixo nível de inibição genética frente à vida de seu semelhante. Isto o difere da maioria dos animais superiores que estão naturalmente inibidos de matar um outro ser de sua própria espécie.
 	Por isso o ser humano deve aprender e ser ensinado a não agredir, nem  física nem psicologicamente os outros seres humanos. A agressividade é  natural e fundamental em todos os animais, incluindo-se o homem. É ela  que gera a força para enfrentar as situações difíceis, abordar os  problemas e empreender grandes propósitos: cuidar dos filhos, a  pesquisa, a política, o trabalho pela justiça etc. No homem, a  agressividade pode converter o amor em hostilidade (ódio) pelo outro e  isso depende em grande parte dos ensinamentos e experiências que se  tenha tido na vida.
  	O homem deve ser ensinado a não agredir seu semelhante (nem psicológica  nem fisicamente), ensinado a orientar sua agressividade em direção ao  amor, entendendo-se isso como uma “luta constante para fazer a vida  possível”. Não é ensinar-lhe a deixar o combate, mas sim perder a  combatividade. A ser forte, mas sem perder a ternura nem a compreensão  pelo outro.
  	A agressividade se converte em amor ensinando e aprendendo a conhecer o  outro, o qual, sendo diferente, é plenamente humano como nós. O outro,  por ser diferente, pode ser complemento ou talvez opositor, mas nunca  inimigo.
Aprender a não agredir ao outro significa:
 Aprender a não agredir ao outro significa:
 	- Aprender a valorizar a vida do outro como a minha própria.
  	- Aprender que não existem inimigos; existem opositores com os quais  podemos estipular regras para resolvermos as diferenças e os conflitos e  lutar juntos pela vida.
  	- Aprender a valorizar a diferença como uma vantagem que nos permita compartilhar outros modos de pensar, sentir e agir.
  	- Aprender a buscar a unidade, mas não a uniformidade.
  	- Aprender a ter no cuidado e na defesa da vida o princípio maior de toda convivência.
  	- Aprender a respeitar a vida íntima dos outros. Não agredir ao  semelhante é uma aprendizagem que devemos cultivar todos os dias da  vida.
  	Este texto integra o livro “Mobilização social: um modo de construir a democracia e a participação” (Autentica Editora LTDA, 104 págs), escrito por Bernardo Toro em parceria com Nísia Maria Duarte Werneck.
Fonte: akatu.org.br 
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