Dois  meses após o lançamento nacional, São Paulo oficializou hoje o seu  Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável,  coalizão de organizações da sociedade civil contrária ao Código  Florestal aprovado na Câmara dos Deputados. O evento marcou o início da  campanha #florestafazadiferença, com um manifesto contrário às mudanças, a ser entregue aos senadores que votarão a matéria.
O lançamento reuniu senadores, deputados, ex-ministros, ong’s,  representantes de movimentos sociais e sociedade civil. Na mesa de  discussão, uma visão de futuro que garanta tanto a preservação das  nossas riquezas ambientais, quanto o desenvolvimento da agricultura.
No que depender das vozes políticas presentes  no evento, o Código  Florestal ruralista não passa como está pelo Senado. O senador Eduardo  Suplicy (PT) assinou o manifesto e garantiu que será voz ativa na casa  contra as propostas. “Acredito que pode haver um diálogo”, garantiu  Suplicy..
Para o deputado federal Ivan Valente  (PSOL), o Código Florestal  desconfigurado é um atentado aos interessses nacionais e às futuras  gerações. “O que está em jogo é a vantagem comparativa de uma nação.  Podemos ser uma potência, protegendo as florestras e aumentando a  produtividade” , assegurou Valente.
Igual perspectiva é a da ciência, garantiu José Goldenberg,  ex-presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC). A  entidade assinou estudo que garante que as mudanças no Código Florestal  não passaram pelos olhos da academia e sinalizando que ainda há muito  debate a ser feito. “Eu asseguro que destruir as florestas é uma questão  irracional”, disse Goldenberg.
O ex-ministro Rubens Ricúpero ressaltou a dimensão internacional do  debate, alertando que o aumento do desmatamento torna inviável o  compromisso brasileiro assumido sob holofotes mudiais de redução de  emissão de gases estufa. “Falamos em aumento de produtividade, mas é  preciso levar em conta qual vai ser a reação dos mercados internacionais  ao retrocesso da política ambiental”, disse Ricúpero. “Para o anfitrião  da Rio+20, isto pode significar o fracasso da conferência.
A ex-ministra Marina Silva criticou pontos que acredita serem grandes  maldades ruralistas. “As mudanças propostas no Código Florestal acabam  com a função social da terra e inviabilizam o trabalho de avaliação das  terras improdutivas”, disse Marina. A ex-ministra ressaltou também a  permissidade de medidas como o enfraquecimento do poder de fiscalização  do Ibama, proposta saída do reduto da motosserra.
Fonte: Greenpeace Brasil
Comentários
Postar um comentário