Um projeto que tem como objetivo restaurar a mobilidade de  tetraplégicos e paraplégicos concluiu sua segunda etapa nesta  quarta-feira, com macacos conseguindo mover e identificar a textura de  objetos virtuais usando somente a atividade elétrica do cérebro.      
"Esse era um dos passos mais difíceis a ser completados, e o fato  de a gente ter conseguido realizar abre portas muito grandes para  realizar o sonho de fazer alguém voltar a caminhar", disse à Reuters o  líder do Projeto Walk Again, o neurocientista brasileiro Miguel  Nicolelis.
      O projeto pretende fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
      "É difícil, é uma façanha que nunca foi feita, mas estamos muito  otimistas com o resultado que publicamos hoje e outras coisas que estão  por vir, que são tão ou mais fascinantes que o estudo de hoje",  acrescentou Nicolelis, dizendo não poder detalhar esses projetos.
Segundo o estudo Walk Again, publicado na revista científica  Nature nesta quarta, os macacos, sem mover nenhuma parte do seu corpo  real, usaram a atividade elétrica de seus cérebros para dirigir as mãos  virtuais de um avatar até a superfície de objetos virtuais.
      Quando o contato com esses objetos foi estabelecido, os animais  foram capazes de diferenciar as texturas desses objetos, expressas como  padrões de sinais elétricos.
      Pelo fato de nenhuma parte do corpo real dos animais ter sido  envolvida na operação, esses experimentos sugerem que, no futuro,  pacientes severamente paralisados devido a uma lesão da medula espinhal  poderão tirar proveito desta tecnologia.
      Os resultados fornecem novas evidências de que é possível criar  um exoesqueleto robótico, para que pacientes paralisados possam explorar  e receber retorno do mundo exterior.
"O sucesso notável com primatas não-humanos é o que nos faz acreditar  que os humanos poderão realizar a mesma tarefa com muito mais  facilidade no futuro próximo", disse o neurocientista.
      Até então desenvolvido nos Estados Unidos, o projeto de uma  equipe de cientistas brasileiros, norte-americanos, suíços e alemães a  partir de 2012 será desenvolvido no Brasil, no Instituto de  Neurociências de Natal (RN). A ideia é que o projeto siga no país na  próxima década.
      "O consórcio internacional que nós criamos vai começar a criar as  condições para que essa pesquisa seja feita no Brasil a partir de  agora", explicou Nicolelis.
br.reuters.com 
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