O relatório Living Planet, publicado a cada dois anos pela WWF  reunindo dados científicos sobre o meio ambiente, aponta para uma  constatação alarmante: de acordo com o estudo, se os recursos naturais  continuarem a ser utilizados no atual ritmo, precisaremos de quase três planetas em 2050 para atender à humanidade.
O protocolo de Kyoto, estabelecido em 92, não apresentou resultados  positivos no período. O acordo, que tinha como base compromissos mais  rígidos por parte dos países para a redução das emissões dos gases que  agravam o efeito estufa, foi rejeitado pelos EUA, país que mais polui no  mundo.
Recentemente, o Canadá alegou não conseguir atender às exigências do  acordo. Apesar de os esforços de nações como Reino Unido, que aprovou  lei em 2008 que projeta a  redução de 80% nas emissões de gases no país  até 2050, os resultados ainda são discretos.
A água é outra questão preocupante. De acordo com o relatório, quase  um terço da população mundial sofre com a seca em pelo menos um mês do  ano. O estudo lembra ainda que o assunto foi pouco debatido no encontro  de 1992, mas que soluções são urgentes para o momento.
Jim Laepe, diretor geral da WWF, mostrou otimismo, mas não omite a  gravidade da situação: “Nós temos a capacidade de criar um futuro  próspero com comida, água e energia para os 9 ou 10 bilhões de pessoas  que vão habitar o planeta em 2050, mas apenas se todos nós — governos,  comunidades, cidadãos — nos prepararmos para esse desafio”, afirmou  Laepe à Veja. E completou: “Vinte anos após a histórica Cúpula da Terra,  a Rio+20 pode e deve ser o momento para os governos entrarem em acordo  sobre um novo caminho para a sustentabilidade. É uma oportunidade única  para haver uma congregação de comprometimento, em que países de  diferentes regiões, como a bacia do Congo e o Ártico, se unam para o  melhor uso de recursos que eles compartilham; em que empresas que  competem no mercado unam forças para incorporar a sustentabilidade em  suas cadeias de produção e para que passem a fornecer produtos que  utilizem menos recursos; em que os fundos soberanos e de pensões passem a  investir mais em empregos verdes”
O relatório aponta para avanços também. Houve um aumento na  eficiência do uso dos recursos naturais e diminuição nos índices de  desmatamento. Além disso,  ocorreu um aumento de 45% na eficiência  agrícola, apesar de fazer questão de afirmar que o planeta não pode mais  arcar com os impactos ecológicos desse aumento. Outro ponto positivo  foi a mudança de perfil da pesca. As técnicas tradicionais estão sendo  substituídas pela produção sustentável de peixes, como uma forma de  evitar a escassez crescente dos mares.
Não teremos disponíveis três planetas em 2050. Por isso, o relatório  aponta para a necessidade de uma atitude imediata por parte da  sociedade.
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