2011: Fatos que marcaram o meio Ambiente!


Qual foi o evento com conseqüências para o meio ambiente que mais marcou 2011? Você pode falar do acidente nuclear da Usina de Fukushima no Japão ou lembrar diretamente da tragédia ocorrida no Rio de Janeiro bem no começo do ano com o deslizamento de terra devido à quantidade de chuvas excessivas que atingiram a região. Sim. Mas, não se restringe somente à estes dois eventos. 2011 foi um ano marcado por desastres ambientais no Brasil. Foram inúmeros os casos ocorridos entre vazamento de óleo, incêndios, contaminação de rios e descaso governamental com a política ambiental. Um ano repleto de impactos ambientais no Brasil e alguns com conseqüências globais.
Vamos a alguns fatos mais marcantes:
Você se lembra do incêndio  que destruiu mais de 80% do Parque Rola Moça em Minas Gerais? O incêndio foi causado pela falta de chuvas na região. A estiagem intensa durou tempo suficiente para favorecer mais 80% do parque ser destruído pelo fogo. (1)
O pior incêndio que atingiu o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi controlado após seis dias de destruição. O parque com cerca de 4 mil hectares, situado em uma zona de transição de cerrado para mata atlântica, teve mais de 80% da sua vegetação destruída, acredita-se que a regeneração da vegetação poderá levar cerca de 20 anos. (2)
E, não foi somente Minas que a sofreu com a seca. A  região centro-oeste também teve muita destruição.
Um incêndio criminoso atingiu a Floresta Nacional de Brasília e destruiu 3,6 mil hectares, cerca de 25% da área da unidade de conservação, de acordo com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello. (3)
A seca que atingiu a região favoreceu para que as chamas se espalhassem.
Até o mês de setembro já era registrado que além da Floresta Nacional de Brasília, que apresentou a situação mais grave, outras dez unidades de conservação (UCs) federais registraram incêndios, entre elas o Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro, a Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais, e a Reserva Extrativista Lago do Cedro, em Goiás. Sendo mais de 322 mil hectares de unidades de conservação federais queimados em 2011.(3)
E não foi somente um ano marcado pela seca. Em contraste, no Sul, fortes chuvas, muito acima do normal causaram inundação e muitas tragédias. Logo no começo do ano, chuvas deslizaram áreas de encostas no Rio de Janeiro. Em Santa Catarina vimos inúmeras áreas alagadas. Eventos estes que despontaram no quesito ‘mudanças climáticas’. Os cenários climáticos à primeira vista tão contrastantes estão diretamente relacionados. Segundo avaliação do professor de Augusto Pereira Filho, meteorologista e pesquisador do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), boa parte da umidade dos Estados que registraram seca foi deslocada justamente para a porção mais baixa do país – onde, tradicionalmente, o clima já tende a mais chuvas.(4)
E por falar da umidade. Você lembra que este ano tivemos a umidade do ar mais baixa em Manaus?
Em plena floresta tropical a umidade caiu para menos de 18% em consequência da falta de chuva. Segundo a chefe do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Amazonas, Lúcia Goulart, o índice, “igual ao do deserto do Saara”, se deve a um “evento extremo”. “A Amazônia é um dos lugares mais úmidos do mundo. Não se espera nunca 18%”.  (5)
Essa foi a menor média já registrada na cidade. Desde a fundação do Inmet em 1909, instituto que mede a umidade na região, nunca foi verificada uma umidade tão baixa na capital do Amazonas. Em média, a umidade relativa do ar em Manaus fica em torno de 80%.   De acordo com Gulart, um índice de umidade inferior a 30% pode causar doenças pulmonares, desidratação e envelhecimento precoce. Assim, havia apenas 30% de água no ar e 70% de partículas de poluição –de queimadas na floresta, turbinas de termelétricas, escapamentos dos carros.(5)
E, claro, não podemos deixar de lembrar do desmanche da legislação ambiental no país, onde, em maio, a Câmara dos Deputados aprovou e posteriormente em, dezembro, o Senado juntamente aprovou o novo Código Florestal, uma lei que desfavorece a preservação das florestas e anistia quem desmatou irregularmente.
A proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro repercutiu dentro e fora do país. No exterior os principais jornais do mundo chegaram a questionar a capacidade brasileira de cuidar da floresta amazônica, enquanto no Brasil os desmatamentos alcançaram números que não se viam há muito tempo (6). Em maio, um Ofício assinado pelo secretário do Meio Ambiente de Mato Grosso, Alexander Torres Maia, relatou que o Código Florestal criou a expectativa entre proprietários de terra de que seriam concedidas novas autorizações para desmatamento. Outra expectativa criada foi de que os responsáveis seriam anistiados. O Estado do Mato Grosso liderou o ranking dos que mais derrubaram árvores. “Não há como negar a forte vinculação entre o desmatamento e os processos de discussão da legislação ambiental”, dizia o ofício ao qual o jornal Estadão teve acesso antes de publicar a matéria. (7)
De agosto a abril a taxa anual de desmatamento de 2011 cresceu 27%, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mato Grosso concentrou 81% dos 593 km2 do desmate registrado pelos satélites em toda a Amazônia em março e abril. As motosserras funcionaram num ritmo que não era visto lá desde agosto de 2008, segundo levantamento do Ibama.(7)
Além do Novo Código Florestal, a Lei Complementar 140, que enfraquece o IBAMA no controle de crimes ambientais, foi sancionada pela presidente Dilma,(8) sendo a punhalada final que marcou o ano de 2011 no quesito ‘piorar a legislação ambiental’. Sem falar sobre Belo Monte que o governo disse “não” ao abaixo assinado de 1,35 milhões de brasileiros que pediam a interrupção da construção dessa usina no Xingu. (9)
Acidentes ambientais em 2011 ocorreram aos montes, de acordo com o IBAMA até novembro mais de 500 casos de acidentes haviam sido registrados. Entre os mais comuns estão: contaminação de rios, morte de peixes, acidentes envolvendo caminhões em rodovia que consequentemente despejaram toneladas de produtos químicos  no solo e alguns atingindo rios e córregos, alem de incêndios envolvendo produtos químicos em regiões metropolitanas que também estiveram em alta. O mais recente acidente que teve grande repercussão na mídia pode-se dizer do caso da Chevron, com o derramamento de petróleo na bacia de Campos.
Para quem quiser saber todos os acidentes que figuraram este ano, pode ser consultado nesta lista aqui.
São tantos os casos que este post ficaria longo de mais para tratar  de todos.  Só nestes casos citados, já deu pra perceber o tamanho do problema que temos pela frente.
Se nada for feito, cada vez mais seremos afetados pelos efeitos das mudanças climáticas. O que não pode acontecer é que nossos políticos ignorem o fato de que preservar é importante para que o país siga produzindo e crescendo.  SE o novo código florestal for aprovado da forma como está, com certeza os eventos climáticos se tornarão mais comum afetando a agricultura, a economia e o modo de viver dos brasileiros. (Fica a esperança que 2012 o novo Código não seja sancionado pela presidente).

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