SP terá meta para alfabetizar aos 7 anos

Enquanto no País alfabetização é avaliada aos 8 anos, Estado criará prova para 2º ano.

O governo do Estado de São Paulo vai adotar a partir deste ano a meta de alfabetização de todos os alunos até os 7 anos, quando a criança está no 2.º ano - enquanto o governo federal estipulou esse limite aos 8 anos. Para isso, a Secretaria do Estado de Educação criou uma nova prova para alunos dessa faixa.
A nova avaliação no 2.º ano terá provas de Português e Matemática, integrará o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e ocorrerá em outubro. Até o ano passado, a avaliação estadual era aplicada nos 3.º, 5.º, 7.º e 9.º anos do ensino fundamental e da 3.ª série do ensino médio.
O compromisso é ter 100% das crianças de 7 anos alfabetizadas, mas o prazo para que isso ocorra só será traçado após o Saresp. "Não podemos estabelecer meta sem olhar informações concretas", explica Maria Lucia Guardia, coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional da Secretaria de Educação.
Segundo o Estado, a meta será alcançada com o programa Ler e Escrever, já em vigor na rede. Não há previsão de recursos adicionais para projetos.
No ano passado, o governo federal lançou o Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), estipulando os 8 anos como limite para alfabetização. O Pnaic prevê investimento de R$ 2,7 bilhões em formação, além de materiais específicos.
Maria Lucia defende que São Paulo já tem um programa, o Ler e Escrever, e por isso não há necessidade de uma nova ação. "Quando a gente estabelece esse compromisso é porque temos bons resultados no 3.º ano, o que nos leva a exigir mais de nós mesmos. A criança pode aprender e temos informações que podemos ter esse avanço."
De acordo com a pasta, o Estado alcançou o índice de 95% de alfabetização esperada na faixa dos 8 anos, no 3.º ano, no Saresp. O Estado considera alfabetizado quem alcançou a partir do nível básico em uma escala que vai de abaixo do básico, básico, adequado e avançado. Já a Prova ABC, realizada pela ONG Todos Pela Educação, indica que 57,1% dos alunos do 3.º ano têm desempenho adequado em leitura e só 36,2% em escrita.
A diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, diz que é importante ter articulação com o programa federal, para não haver confusão. "É bom que São Paulo sinalize que quer mais. O que não pode é baixar a barra para atingir as metas."
A rede estadual tem 1.587 escolas com os primeiros anos, onde 135,6 mil devem fazer a prova. O governo espera avaliar 300 mil crianças

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